Assim como todo o reino dividido é desfeito, toda a inteligência dividida em diversos estudos se confunde e enfraquece
Leonardo da Vinci (1452-1519)
Pertencentes ao Domínio Bacteria e ao reino Bacteria, as Bactérias são microorganismos unicelulares, procarióticos, ou seja, não há núcleo nem organelas membranosas citoplasmáticas.
Presentes em todos os ambientes (na água, no solo e no ar), as bactérias podem viver isoladas ou em agrupamentos coloniais. Estão presentes no corpo humano e algumas bactérias podem causar doenças, que devem ser tratadas com antibióticos. As bactérias são muito importantes para o equilíbrio ecológico.
Estrutura da bactéria
Membrana plasmática: é uma camada dupla de fosfopídios e proteína, por isso é lipoproteica e apresenta dobras, os mesossomos, onde se encontram enzimas respiratórias. A membrana delimita o espaço o citoplama. Tem função de defender, controlar a entrada e saída de nutrientes e auxilia na produção de energia.
Citoplasma: é onde o material genético da bactéria se encontra disperso. Se encontram também ribossomos, fonte de proteína.
Parede celular: protege a célula e dá forma a ela. Impede elas de incharem e explodirem em meio aquático devido à osmose.
Ribossomos: estão no citoplasma e produzem proteínas.
Cromossomo: apresenta apenas uma mólecula de DNA, que está solta no citoplasma
Plasmídios: existentes em algumas bactérias, e que podem destruir o antibiótico que poderia matá-la, tornando-a resistente a esse.
Cápsula bacteriana: formada por polissacarídios, proteínas ou pelos dois e apresenta consistência gelatinosa, dificulta a sua fagocitose e destruição pelos glóbulos brancos, aumentando a chance de sobrevivência das bactérias patogênicas.
Classificação das bactérias
Quanto a forma da célula, as células bacterianas podem apresentar diversas formas, dentre elas seguem as mais frequentes:
Cocos: de forma esférica
Bacilos: em forma de bastonetes
Vibriões: bastões em forma de vírgulas
Espirilos: filamentos longos e espiralados
Quanto o tipo de agrupamentos, podem ser de diversos tipos, dentre eles os principais:
diplococos: dois cocos unidos
estreptococos: cocos alinhados em sequencia
estafilococos: cocos unidos como um cacho de uva
diplobacilos: dois bacilos unidos
estreptobacilos: bacilos alinhados em cadeia
Quanto à respiração as bactérias podem ser:
Aeróbicas: necessitam de oxigênio para sobreviver. Ex: bacilo de Koch
Anaeróbicas obrigatórias: sobrevivem apenas na ausência de oxigênio. Ex: bacilo tetânico
Anaeróbicas facultativas: sobrevivem com ou sem oxigênio, caso haja realizam respiração celular, caso não haja fazem fermentação. Ex: lactobacilos
Quanto à alimentação as bactérias podem ser:
Heterotrófas: alimentam-se de matéria orgânica morta ou de parasitas
Autótrofas: podem ser de dois tipos, as que realizam fotossíntese (quando sua fonte de energia é a luz) ou as que realizam quimiossíntese (quando aproveitam a energia liberada em reações químicas inorgânicas)
Quanto à reprodução as bactérias podem ser:
Ocorre a reprodução assexuada por divisão binária, quando a bactéria multiplica o cromossomo e divide-se ao meio, dando origem a duas novas bactérias. A reprodução das bactérias, em condições favoráveis, é tão célere que em algumas horas, uma única bactéria pode dar origem a milhões de bactérias idênticas a si mesmas.
Quanto ao processo de recombinação gênica em bactérias
Alguns cientistas afirmam que as bactérias não apresentam reprodução sexuada. Já outros afirmam que há. No entanto, os estudiosos do assunto concordam com a existência dos processos de recombinação gênica, envolvendo a troca de material genético, os quais podem ocorrer de três formas:
transformação bacteriana: é a incorporação de DNA livre pela célula bacteriana
conjugação bacteriana: é o processo de transferência de DNA de uma bactéria para outra, envolvendo o contato entre as duas células.
transdução bacteriana: é a transferência de material genético, entre células, mediada por vírus bacteriófagos.
Técnica de Gram
O cientista, microbiologista dinamarquês, Hans Christian Gram, desenvolveu uma técnica feita com coloração usada para identificar bactérias, a chamada técnica de Gram, a qual divide as bactérias em dois grupos:
Gram-positivas: bactérias que possuem parede celular com uma única e espessa camada de peptidoglicano, na cor roxa. Pelo emprego da coloração de Gram, tingem-se na cor púrpura ou azul quando fixadas com cristal violeta, porque retêm esse corante mesmo sendo expostas a álcool. Ex: Bacillus
Gram-negativas: bactérias que possuem uma parede celular mais delgada e uma segunda membrana lipídica - distinta quimicamente da membrana plasmática - no exterior desta parede celular. No processo de coloração o lipídio dessa membrana mais externa é dissolvido pelo álcool e libera o primeiro corante: cristal violeta. Ao término da coloração, essa células são visualizadas com a tonalidade rosa-avermelhada do segundo corante, safranina que lhes confere apenas a coloração vermelha. Ex: Escherichia
Demais componentes e estruturas das bacterias
Ácido teicóico e Lipoteicóico: Tem como função facilitar a ligação de entrada e saída de cátions da célula. Estão presentes nas bactérias de gram positivo.
Proteína de superfície: são as proteínas presentes na membrana plasmática. Estas possuem diversas funções, como transporte seletivo, receptores para responder a sinais externos, etc.
Peptidioglicano: polímero formado por açúcar e aminoácidos que formam uma espécie de malha por fora da membrana celular das bactérias.
Fosfolipídios: são lipídios compostos por glicerol e ácido graxo e são os principais na membrana plasmática. São anfipáticas, pois possuem uma parte hidrofóbica e outra hidrofílica.
Doenças bacterianas
As doenças causadas por bactérias, também denominadas doenças bacterianas ou bacterioses, possuem os mais variados sintomas e formas de transmissão. Seguem as principais doenças bacterianas e que devem ser tratadas com o uso de antibióticos:
Antibióticos
Os antibióticos foram descobertos no final da década de 1920, revolucionando a ciência e elevando a medicina para a era moderna. Com esse importante advento, os cientistas iniciaram o combate as bactérias, com a cura a diversas infecções causadas por bactérias, que eram a principal causa de mortalidade à época.
Curiosidade
O primeiro antibiótico descoberto foi a penicilina, em 1928, pelo bacteriologista inglês, Alexander Fleming. A sua descoberta ocorreu por acaso quando suas placas de estudo com a bactéria estafilococos foram acidentalmente contaminadas por um fungo do gênero penicillium. Fleming notou que ao redor destes fungos não existiam bactérias, o que o levou a descobrir a penicilina, uma substância bactericida produzida por estes seres.
Depois de coletar amostras do mofo e fazer mais testes, foi produzida a penicilina, o primeiro antibiótico.
Atualmente os antibióticos são substâncias sintéticas, produzidos em laboratórios, muitos deles derivados de substâncias naturais como é o caso da penicilina.
Antibióticos são substâncias naturais, produzidas por outros organismos, ou substâncias sintéticas que atuam inibindo ou causando a morte de micro-organismos, como fungos e bactérias.
São medicamentos que atuam controlando o número das bactérias no corpo, matando-as ou inibindo seu crescimento. Os antibióticos podem ser:
bactericidas: quando destroem diretamente as bactérias, ou
bacteriostáticos: quando impedem a multiplicação das mesmas, facilitando o trabalho do sistema imune no controle da infecção.
Tipos de antibióticos
Existem diversas variedades de antibióticos que são usados para diferentes tipos de infecção bacteriana.
Os antibióticos são separados de acordo com suas estruturas químicas e mecanismos de ação. Segue a classificação dos principais tipos de antibióticos e os respectivos nomes de alguns medicamentos:
Penicilinas
Penicilinas são usadas contra muitos tipos de infecções, com amplitude de ação. Foram os primeiros antibióticos e deu origem a vários outros estruturalmente semelhantes.
A penicilina em si é atualmente pouco usada, pois a maioria das bactérias já é resistente a mesma. Porém, a penicilina ainda é indicada para sífilis, amigdalites e erisipela.
Medicamentos: Amoxicilina , Ampicilina, Azlocilina, Carbenicilina, Cloxacilina, Mezlocilina, Nafcilina, Penicilina, Piperacilina, Ticarcilina.
Aminoglicosídeos
Usado para tratar infecções graves por bactérias gram-negativas como a Escherichia coli.
São usados predominantemente nos casos apenas de modo intra-hospitalar, pois são administrados por via intravenosa.
Pode causar toxicidade do nervo vestibulococlear.
Forma que age: os antibióticos aminoglicosídeos penetram na bactéria e inibem a síntese de proteínas dela, matando-a.
Existem algumas formulações para uso tópico ou como colírio.
Medicamentos: Neomicina, Amicacina, Gentamicina, Canamicina, Estreptomicina, Tobramicina.
Ansamicinas
Este antibiótico foi desenvolvido para a redução de células tumorais. Apesar de antibióticos agirem em bactérias, este ataca tumores usando o mesmo mecanismo usado para eliminar os micróbios.
Ainda está em fase experimental. Pode causar toxicidade do fígado, dos rins e do sistema gastrointestinal.
Medicamento: Herminicina.
Carbacefem
Usado para infecções respiratórias e urinárias.
Medicamento: Loracarbefe.
Carbapenem
Um antibiótico de amplo espectro, é usado tanto para bactérias gram-positivas quanto para gram-negativas.
Forma de agir: previne a divisão celular da bactéria ao inibir a produção da parede celular.
Medicamento: Meropeném.
Cefalosporinas (primeira a quinta geração)
Ressalta-se que as cefalosporinas são divididas em diversas gerações. Cada geração apresenta caracteristicas distintas e diferentes da anterior, alterando sua eficácia contra resistências.
As cefalosporinas de terceira geração, por exemplo, são eficazes em bactérias gram-positivas e gram-negativas e são frequentemente utilizadas em infecções hospitalares, que costumam ser resistentes a diversos antibióticos devido a seu lugar de reprodução.
Como exemplo, as de quarta geração possuem o mesmo efeito, mas são mais eficazes ainda contra bactérias gram-positivas e mais eficazes contra bactérias resistentes a terceira geração.
Medicamento: Cefalexina, da primeira geração.
Glicopeptídeos
Esse antibiótico é utilizados em pacientes em estado grave e com hipersensibilidade a antibióticos betalactâmicos, como as penicilinas e as cefalosporinas.
Medicamento: Teicoplanina.
Macrolídeos
Usados contra infecções pela Doença de Lyme e sífilis. Alguns macrolídeos são geralmente usados para infecções das vias respiratórias (pneumonia), muitas vezes em associação com alguma penicilina ou cefalosporina, para acne, clamídia. Ainda esse antibiótico substitui a penicilina em pacientes alérgicos.
Medicamentos: Azitromicina, Claritromicina, Eritromicina.
Monobactamas
Usadas contra bactérias gram-negativas aeróbias, como enterobactérias. No entanto, não eficazes contra gram-positivos e bactérias anaeróbicas.
Medicamento:O Aztreonam.
Antibióticos polipeptídicos
Pode ser usado em casos de infecções oculares e urinárias.
Destaca-se que a Colistina, pertencente a esse grupo, é usada para combater infecções hospitalares, sendo que poucas bactérias desenvolveram resistência a ela, devido ao seu pouco uso.
Quinolonas
Usados em infecções urinárias, bactérias originárias do intestino, como diarréia bacteriana, prostatites causadas por bactérias e gonorreia, entre outros. Também eficazes para pnemonias.
Medicamento: Ciprofloxacino, Enoxacina, Levofloxacina, Lomefloxacina, Moxifloxacina, Norfloxacina, Ofloxacina.
Sulfonamidas
Este tipo de antibiótico é usado contra infecções urinárias e por salmonela.
Medicamento: Sulfadimetoxina.
Tetraciclinas
Usado em infecções por de clamídia, sífilis, acne, cólera, algumas DSTs e leptospirose.
Medicamentos: Doxiciclina, Minociclina, Tetraciclinas.
Lincosamidas
Usado para prevenir infecções após a realização de cirurgias e para o tratamento de acne.
Medicamento: Lincomicina.
Mecanismo de ação dos antibióticos
Conforme dito acima, os antibióticos atuam nas bactérias causando sua morte ou então impedindo sua multiplicação. Atuam de diferentes formas nesses micro-organismos. Seguem os principais mecanismos de ação observados nos antibióticos:
Inibição da síntese de proteína;
Alteração da parede celular bacteriana;
Alterações na membrana plasmática;
Inibição da síntese de RNA;
Bloqueio da replicação e reparo do DNA.
Formas de evitar a resistência bacteriana a antibióticos
Utilizar antibióticos apenas quando forem recomendados por médicos ou dentistas.
Fazer o tratamento completo, ou seja, não interrompa o antibiótico quando os sintomas passarem, e sim quando o tempo de tratamento estabelecido chegar ao fim.
Seguir às risca o tratamento - respeitar os horários e as doses recomendadas pelo médico ou dentista.
Observar a validade do medicamento - não faça uso de antibióticos ou outros medicamentos que estão com a data de validade vencida.
Advertência sanitária
O Ministério da Saúde adverte que o uso de antibiótico só pode ser feito com recomendação médica e seguindo rigorosamente suas orientações com relação ao modo de administrar as doses, horários e tempo certo do tratamento.
Deve-se tomar cuidado, pois o uso inadequado de antibióticos pode contribuir para a seleção de cepas resistentes e, consequentemente, mais difíceis de serem tratadas com os antibióticos comuns. Essas cepas resistentes são chamadas de superbactérias e causam sério risco as pessoas, principalmente em pacientes hospitalizados, uma vez que essas bactérias são responsáveis por grandes infecções hospitalares.
Principais doenças bacterianas
Seguem as principais doenças causadas por bactérias, seus sintomas, agentes causadores, tratamento e métodos para a realização do diagnóstico e dicas de prevenção.
Tuberculose
Tuberculose é uma doença bacteriana associada ao sistema respiratório.
A tuberculose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada de Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch, em homenagem a Robert Koch, médico alemão que identificou a bactéria.
Nas palavras do médico Drauzio Varela, quando infectadas pelo bacilo Koch, as pessoas se comportam como reservatórios do bacilo, ou seja, convivem com ele porque não conseguem eliminá-lo ou destruí-lo e, uma vez reativado o foco, passarão a ser infectantes.
Doutor Drauzio, estima que a tuberculose provavelmente seja a doença infecto-contagiosa que mais mortes ocasiona no Brasil. E que em torno de 30% da população mundial estejam infectada, embora nem todos venham a desenvolver a doença.
Existe duas forma da doença se apresentar, a latente e a ativa. Muitas pessoas que sofrem de infecção tuberculosa latente nunca desenvolvem a doença, mas algumas são mais propensas a progredir num quadro de tuberculose ativa.
A doença é muito reconhecida pelo seu acometimento pulmonar (tuberculose pulmonar), no entanto, pouco é divulgado que outros órgãos do corpo também podem ser infectados pela tuberculose, como pele, rins, linfonodos, ossos, cérebro, sistema nervoso, entre outras partes do corpo.
Prevenção
Vacina BCG contra a tuberculose. Recomenda-se que caso a criança não tenha sido vacinada, aos cinco anos, deve fazer o teste de Mantoux, ou PPD. E se não apresentar reação, deve ser vacinado em qualquer faixa de idade.
Uma forma de prevenção é evitar o contato por tempo prolongado com pacientes diagnosticados com TB em ambientes lotados, fechados e com pouca ventilação.
Sintomas
Forma inativa da doença:
A maioria das pessoas expostas à tuberculose, com a bactéria vivendo dentro do seu corpo na forma inativa, nunca desenvolvem os sintomas. No entanto, se o sistema imunológico enfraquecer, como acontece com pessoas desnutridas, pessoas HIV-positivo ou idosas, ou até mesmo devido ao estresse, a bactéria da tuberculose pode se tornar ativa.
Ha uma estimativa divulgada pelo Ministério da Saúde que em torno de 10% das pessoas infectadas com a bactéria vão desenvolver a forma ativa e contagiosa da doença em algum ponto de suas vidas.
Forma ativa da doença: Os sintomas da tuberculose ativa incluem: tosse persistente (por mais de duas semanas), que pode apresentar-se escarro, ou com sangue, em casos mais graves; febre; sudoração noturna; perda de peso; dores no peito; e fadiga.
Transmissão
O bacilo é adquirido normalmente por inalação (gotículas de catarro ou saliva). A bactéria se espalha pelo ar quando pessoas infectadas tossem, falam, cospem ou espirram.
Tratamento
O tratamento é feito com antibióticos específicos. No site do Ministério da Saúde e do site do doutor Drauzio Varela constam nomes de medicamentos diferentes: pirazinamida, isoniazida e rifamicina. Segundo, o doutor, durante dois meses, o paciente toma os três medicamentos e, a partir do terceiro mês, toma só isoniazida e rifampicina.
Segundo os estudos. o bacilo da tuberculose cresce fora e dentro da célula de defesa.
Fora da célula de defesa: não só se multiplica muito rápido como adquire resistência também muito depressa. No intuito de impedir seu crescimento e divisão fora da célula se fazem necessárias as três drogas e o tempo mais prolongado de tratamento.
Dentro da célula de defesa: ele cresce mais lentamente e a indicação é usar uma droga que penetra na célula a fim de bloquear o crescimento da bactéria em seu interior. Por isso, os remédios devem ser tomados por seis meses, pois na redução do tratamento para quatro meses, apresentou-se ineficaz.
Há casos em que os pacientes são resistentes a esses antibióticos, o que considera-se que eles tenham desenvolvido a TB-MDR (tuberculose multirresistente a medicamentos), que não é impossível de tratar, mas o tratamento pode levar até dois anos e causar diversos efeitos colaterais graves. Estes tratamentos são muito caro e com uma taxa de cura baixa. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2012, foi lançado o primeiro medicamento contra tuberculose, bedaquilina, que representava uma oportunidade de aumentar a taxa de cura da TB-MDR. Em 2014, um segundo medicamento, delamanida, também foi aprovado para uso. Estima-se que menos de mil pessoas no mundo todo tiveram acesso aos novos medicamentos. Ainda existe a tuberculose ultra-resistente (TB-XDR) é identificada quando a resistência aos medicamentos de segunda linha descritos anteriormente se desenvolve durante a TB-MDR. A chance de cura é de apenas 20%. Os projetos de MSF apontaram resultados promissores com base no uso de um antibiótico de alta resistência, chamado linezolida, mas o medicamento não está amplamente disponível em alguns países, pois é extremamente caro, foi patenteado e as unidades disponíveis não estão registradas como tratamento para tuberculose, o que dificulta o acesso por meio dos estabelecimentos públicos.
Diagnóstico
O diagnóstico leva em consideração os sintomas e é confirmado pela radiografia do pulmão e análise do catarro. Ajudam a confirmar o diagnóstico o teste de Mantoux, que consiste na aplicação de tuberculina (extraída da própria bactéria) debaixo da pele, a broncoscopia e a biópsia pulmonar.
Novo método para diagnosticar a Tuberculose
Foi divulgado no site da Fiocruz, um novo método que pode facilitar no diagnóstico e o acompanhamento de pacientes infectados com a bactéria causadora da tuberculose foi objeto de estudo desenvolvido por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Consiste na combinação de dois testes comercialmente disponíveis, a técnica é capaz de diferenciar casos de infecção latente, nos quais a bactéria é controlada pelo sistema imune e permanece ‘adormecida’, sem provocar adoecimento – e da forma ativa da doença – onde o paciente apresenta os sintomas da doença, como tosse, febre e emagrecimento.
Os cientistas da Fiocruz afirmam que a distinção entre tuberculose latente e ativa é importante para a realização do tratamento adequado. Todavia, os exames disponíveis atualmente indicam apenas que os pacientes foram infectados pelo Mycobacterium tuberculosis, sem apontar se a bactéria está ‘dormente’ ou em atividade.
Os estudos pretendem obter resultados precisos e com uso de biomarcadores e combinando os dois testes será possível diferenciar a infecção latente da doença ativa, com esse diagnóstico preciso, os tratamentos poderão ser corretamente realizados com eficácia para cada tipo da doença.
Tuberculose e a Covid-19 - Alerta dos Médicos sem fronteiras
No site dos médicos sem fronteira, no dia Mundial da Tuberculose (TB), publicam matéria a respeito da preocupação do Covid-19 , o coronavírus, afetar especialmente pessoas que vivem com tuberculose, as quais estariam juntamente no grupo de maior risco, pois já convivem com doenças que debilitam os pulmões.
Comentam que como a tuberculose, a Covid-19 geralmente afeta os pulmões e as pessoas que a contraem podem apresentar sintomas semelhantes aos da tuberculose, como tosse e febre. É provável que pessoas com algum condição nos pulmões, como pacientes com tuberculose ou pessoas com sistema imunológico fraco, como aquelas com carga viral de HIV considerável, possam sofrer formas mais graves da Covid-19, se infectadas.
Preocupam-se ainda, pois como muitos pacientes com tuberculose vivem em áreas densamente povoadas e essa proximidade aumenta ainda mais o risco de contrair Covid-19. Sendo os locais superlotados, com pouca ou sem infraestrutura sanitária, com dificuldade ao acesso à água potável ou assistência médica.
Ainda apresentam dados atual da doença, e segundo eles. a tuberculose é a doença infecciosa que mais mata no mundo, são quase 10 milhões de pessoas afetadas e 1,5 milhão de mortes foram registradas em 2018. Ainda relatam que meio milhão de pessoas estão infectadas com formas de TB resistentes a medicamentos, para as quais o tratamento é longo e tóxico.
Relatam que a tuberculose também é a principal causa de morte entre pessoas que vivem com HIV. Em muitos países – como Índia e África do Sul – há um grande número de pessoas vivendo com HIV e TB.
Curiosidade
Laboratórios da Fiocruz se tornam referência em tuberculose, em 2019.
Laboratório de Bacteriologia e Bioensaios do Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz) esteve entre os quatro selecionados como LRN (Laboratórios de Referência Nacional).
O Laboratório de Referência Nacional da Tuberculose e de Micobacterioses Angela Maria Werneck, do Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF) da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), recebeu pontuação máxima no edital de Habilitação dos Laboratórios de Referência Nacional (LRN) e Regional (LRR) para a Tuberculose (TB) e Micobacterioses Não Tuberculosas (MNT), no âmbito da Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública. O primeiro lugar lhe conferiu a certificação de Laboratório de Referência Nacional. (https://agencia.fiocruz.br/laboratorios-da-fiocruz-se-tornam-referencia-em-tuberculose)
MENINGITE BACTERIANA
Meningite bacteriana é uma doença associada ao sistema nervoso.
A meningite bacteriana, também chamada de meningite meningocócica, é a inflamação das meninges, membrana que recobre o sistema nervoso central (membranas envolvem o cérebro e a medula espinhal) e é causada por bactérias. Mais de 80% dos casos de meningite são provocados por infecção bacteriana, todavia, pode ocorrer meningite causada por vírus, fungos e parasitas. Todavia, a presente pesquisa abordará tão somente a meningite bacteriana, que é mais grave dentre elas.
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica. Ocorrem casos da doença durante o ano todo, com registros de surtos e epidemias ocasionais. É mais comum no outono-inverno e das virais na primavera-verão.
O risco de contrair meningite é maior entre crianças menores de cinco anos, principalmente até um ano, no entanto pode acontecer em qualquer idade. Todavia, a doença pode acometer todas as faixas etárias.
Causas
Mais recorrentes são os três tipos de bactérias que podem causar meningite bacteriana.
Neisseria meningitidis
Hemophilus influenzae
Streptococcus pneumoniae.
Essas três encontram-se normalmente no meio ambiente e podem inclusive viver no nariz ou no aparelho respiratório de uma pessoa sem provocar qualquer dano.
Podem infectar o cérebro sem que se possa identificar a razão disso. Em outros casos, a infecção se dá por meio de uma ferida na cabeça, ou pode ser provocada, ainda, por uma anomalia do sistema imunológico.
Na doença causada pela bactéria Neisseria meningitidis, além das crianças, os adolescentes e adultos jovens têm o risco de adoecimento aumentado em surtos.
Na meningite pneumocócica (causada pelo Streptococcus pneumoniae) idosos e indivíduos portadores de quadros crônicos ou de doenças imunossupressoras também apresentam maior risco de adoecimento. O sexo masculino também é o mais acometido pela doença.
Transmissão
Trata-se de uma doença contagiosa. A transmissão da meningite bacteriana (meningocócica) é por meio da via respiratória de pessoa para pessoa. Trata-se de uma doença contagiosa, e acontece via gotículas e secreção das vias aéreas superiores, do nariz e garganta.
Já outras bactérias podem se espalhar por meio dos alimentos, como é o caso daListeria monocytogenese da Escherichia coli.
Existem algumas pessoas assintomáticas, que podem portar a bactéria em seu organismo e não adoecerem, estas são chamados de "portadores" e não ficam doentes, mas podem transmitir a bactéria.
Sintomas
Os principais sinais e sintomas da meningite meningocócica costumam se manifestar rapidamente e podem incluir:
Alterações do estado mental
Náusea e vômitos
Áreas roxas, como machucados
Erupções, pontos vermelhos
Sensibilidade à luz (fotofobia)
Dor de cabeça forte
Pescoço rígido (meningismo)
Mal estar
Outros sintomas que podem ocorrer:
Fontanelas (moleiras) protuberantes
Perda de consciência
Alimentação deficiente ou irritabilidade em crianças
Respiração acelerada
Postura incomum com a cabeça e o pescoço arqueados para trás.
Status mental alterado ( confusão)
Com o passar do tempo, alguns sintomas mais graves de meningite bacteriana podem aparecer, como: convulsões, delírio, tremores e coma.
Em recém-nascidos e bebês, alguns dos sintomas descritos acima podem estar ausentes ou difíceis de serem percebidos. O bebê pode ficar irritado, vomitar, alimentar-se mal ou parecer letargico ou irresponsivo a estímulos. Também podem apresentar a fontanela (moleira) protuberante ou reflexos anormais.
Na septicemia meningocócica (também conhecida como meningococemia) que é uma uma infecção na corrente sanguínea causada pela bactéria Neisseria meningitidis, além dos sintomas descritos acima, podem aparecer outros como:
Fadiga
Mãos e pés frios
Calafrios
Dores severas ou dores nos músculos, articulações, peito ou abdomen (barriga)
Respiração rápida
Diarréia
Manchas vermelhas pelo corpo
Diagnóstico
Pelo fato de que a meningite bacteriana pode levar à morte em poucas horas, a atenção médica imediata se faz necessária.
Durante o exame físico, o médico procurará a presença de erupções cutâneas (habitualmente, manchas vermelhas e roxas), cianose (uma cor azulada da pele), rigidez da nuca e de outros sinais característicos da meningite.
Para qualquer paciente com suspeita de meningite, é importante realizar uma punção lombar, na qual o líquido cérebroespinhal (líquor) é coletado para exames. O laboratório então testa as amostras para detectar o agente que está causando a infecção. A identificação específica do agente é importante para o médico saber exatamente como deve tratar a infecção.
Principais exames para o esclarecimento diagnóstico de casos suspeitos de meningite são: exame quimiocitológico do líquor; bacterioscopia direta (líquor); cultura (líquor, sangue, petéquias ou fezes); contra-imuneletroforese cruzada – CIE (líquor e soro); aglutinação pelo látex (líquor e soro).
O aspecto do líquor, embora não considerado um exame, funciona como um indicativo. O líquor normal é límpido e incolor, como “água de rocha”. Nos processos infecciosos, ocorre o aumento de elementos figurados (células), causando turvação, cuja intensidade varia de acordo com a quantidade e o tipo desses elementos.
Outros exames incluem: Hemocultura, Raio X do tórax, Exame CSF da contagem de células, glucose e proteína, Tomografia computadorizada da cabeça, Coloração de Gram, outras colorações especiais e cultura de CSF e Contagem de glóbulos brancos.
A consulta médica pode ser feita pelos especialistas, os quais estão aptos a diagnosticar meningite bacteriana:
Clínica médica
Infectologia
Neurologia
Pediatria.
Fatores de risco
As pessoas com maior risco de ter meningite meningocócica são as que apresentam:
Infecção crônica do ouvido e do nariz
Quem faz uso abusivo de bebidas alcoólicas.
A doença também é mais comum em crianças de um mês a dois anos de idade e ocorre com mais frequência no inverno ou na primavera. Ela pode causar epidemias locais em internatos, dormitórios estudantis ou bases militares.
Tratamento
O tratamento com antibióticos deve ser iniciado o mais rápido possível. Se necessário, o tratamento também poderá ser feito com corticosteroides por via endovenosa para diminuir a inflamação. Pode utilizar-se um ou mais antibióticos para combater as bactérias.
Após identificada a bactéria responsável (um ou dois dias mais tarde, geralmente) é possível escolher o antibiótico mais apropriado para tratar a doença. O tratamento implica também a administração de líquidos em função da febre, da sudação, dos vômitos e da falta de apetite.
Medicamentos
Os medicamentos mais usados para o tratamento de meningite bacteriana são:
Bepeben
Cilodex
Clocef
Ciprofloxacino.
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento.
Complicações possíveis
Meningite bacteriana pode evoluir para problemas de saúde mais graves e deixar sequelas. Exemplos:
Dano cerebral
Perda da audição
Miocardite
Hemorragias (hematoma subdural: acúmulo de sangue entre o crânio e o cérebro).
Meningite bacteriana tem cura?
O tratamento precoce melhora as expectativas de recuperação. A taxa de mortalidade varia de 5% a 15%, e as principais vítimas são crianças pequenas e os adultos com mais de 50 anos.
Prevenção
A meningite pode ser causada por diferentes agentes infecciosos. Para alguns destes, existem medidas de prevenção primária, tais como vacinas e quimioprofilaxia.
As vacinas estão disponíveis para prevenção das principais causas de meningite bacteriana. E estão disponíveis no calendário de vacinação da criança do Programa Nacional de Imunização são:
Vacina meningocócica conjugada sorogrupo C: protege contra a Doença Meningocócica causada pelo sorogrupo C;
Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite.
Pentavalente: protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo b, como meningite, e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B.
BCG: protege contra as formas graves da tuberculose.
Já a quimioprofilaxia medicamentosa está indicada para contatos de casos de Doença Meningocócica e meningite por Haemophilus influenzae.
Outras formas de prevenção incluem: evitar aglomerações e manter os ambientes ventilados e limpo
Vacina para Meningite meningocócica - adultos
As vacinas são eficazes para controlar epidemias e é a principal forma de prevenção da meningite bacteriana. Elas são atualmente recomendadas para:
Estudantes universitários vivendo em dormitórios no primeiro ano na universidade
Recrutas militares
Pessoas que viajam a certas regiões do mundo.
Leptospirose
A Leptospirose é uma infecção aguda, potencialmente grave, causada por bactéria do gênero Leptospira, que afeta humanos e animais.
Sintomas
Os principais sintomas da fase precoce são:
Febre
Dor de cabeça
Dor muscular, principalmente nas panturrilhas
Falta de apetite
Náuseas/vômitos
Podem ainda ocorrer: diarreia, dor nas articulações, vermelhidão ou hemorragia conjuntival, fotofobia, dor ocular, tosse. Em casos mais raramente podem manifestar exantema, aumento do fígado e/ou baço, aumento de linfonodos e sufusão conjuntival.
Em aproximadamente 15% dos pacientes com leptospirose, ocorre a evolução para manifestações clínicas graves, que normalmente iniciam-se após a primeira semana de doença. Nas formas graves, a manifestação clássica da leptospirose é a síndrome de Weil, caracterizada pela tríade de icterícia (tonalidade alaranjada muito intensa - icterícia rubínica), insuficiência renal e hemorragia, mais comumente pulmonar. Pode haver necessidade de internação hospitalar.
Manifestações dos sintomas na fase tardia:
Síndrome de Weil - tríade de icterícia, insuficiência renal e hemorragias
Síndrome de hemorragia pulmonar - lesão pulmonar aguda e sangramento maciço
Comprometimento pulmonar - tosse seca, dispneia, expectoração hemoptoica
Síndrome da angustia respiratória aguda – SARA
Manifestações hemorrágicas – pulmonar, pele, mucosas, órgãos e sistema nervoso central
TRANSMISSÃO
É transmitida por animais de diferentes espécies (roedores, suínos, caninos, bovinos) para os seres humanos. Esse microorganismo pode sobreviver indefinidamente nos rins dos animais infectados sem provocar nenhum sintoma e, no meio ambiente, por até seis meses depois de ter sido excretado pela urina.
O contágio se dá pelo contato direto com a urina dos animais infectados ou pela exposição à água contaminada pela Leptospira, que penetra no organismo através das mucosas e da pele íntegra ou com pequenos ferimentos, e dissemina-se na corrente sanguínea.
No Brasil, os ratos urbanos (ratazanas, ratos de telhado e camundongos) são os principais transmissores da doença e o número de casos aumenta na estação das chuvas, por causa das enchentes e inundações. Infelizmente, o risco não desaparece depois que o nível das águas baixa, pois a bactéria continua ativa nos resíduos úmidos durante bastante tempo.
DIAGNÓSTICO
Na fase inicial, a leptospirose pode ser confundida com outras doenças (dengue, gripe,malária, hepatite), porque os sintomas são semelhantes. Por isso, é muito importante estabelecer o diagnóstico diferencial por meio de exames sorológicos ou pelo isolamento da bactéria em cultura, no sangue ou no líquor.
Exames específicos
O método laboratorial de escolha depende da fase evolutiva em que se encontra o paciente.
Fase precoce:
Exame direto
Cultura
Detecção do DNA pela reação em cadeia da polimerase (PCR)
Fase tardia:
Cultura
ELISA-IgM
Microaglutinação (MAT)
Esses exames devem ser realizados pelos Lacens, pertencentes à Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública.
Exames inespecíficos
Hemograma
Bioquímica (ureia, creatinina, bilirrubina total e frações, TGO, TGP, gama-GT, fosfatase alcalina e CPK, Na+ e K+)
Radiografia de tórax
Eletrocardiograma (ECG)
Gasometria arterial
Considerando-se que a leptospirose tem um amplo espectro clínico, os principais diagnósticos diferenciais são:
Fase precoce – dengue, influenza (síndrome gripal), malária, riquetsioses, doença de Chagas aguda, toxoplasmose, febre tifóide, entre outras doenças.
Fase tardia – hepatites virais agudas, hantavirose, febre amarela, malária grave, dengue hemorrágica, febre tifóide, endocardite, riquetsioses, doença de Chagas aguda, pneumonias, pielonefrite aguda, apendicite aguda, sepse, meningites, colangite, colecistite aguda, coledocolitíase, esteatose aguda da gravidez, síndrome hepatorrenal, síndrome hemolíticourêmica, outras vasculites, incluindo lúpus eritematoso sistêmico, dentre outras.
TRATAMENTOS
Quanto antes for instituído o tratamento da leptospirose, maior será a chance de evitar a evolução para quadros mais graves da doença, que sempre requerem internação hospitalar.
Para os casos leves, o atendimento é ambulatorial, mas, nos casos graves, a hospitalização deve ser imediata, visando evitar complicações e diminuir a letalidade.
A antibioticoterapia está indicada em qualquer período da doença, mas sua eficácia costuma ser maior na 1ª semana do início dos sintomas. Na fase precoce, são utilizados Doxiciclina ou Amoxicilina; para a fase tardia, Penicilina cristalina, Penicilina G cristalina, Ampicilina, Ceftriaxona ou Cefotaxima.
A vacina só está disponível para ser aplicada em animais. Mesmo assim, embora evite que fiquem doentes, não impede que sejam infectados pela Leptospira nem que transmitam a bactéria pela urina.
Complicações
Insuficiência renal aguda - não oligúrica e hipocalêmica
Insuficiência renal oligúrica por azotemia pré-renal
Necrose tubular aguda
Miocardite - acompanhada ou não de choque e arritmias por distúrbios eletrolíticos
Pancreatite
Anemia
Distúrbios neurológicos (confusão, delírio, alucinações e sinais de irritação meníngea)
A leptospirose é uma causa relativamente frequente de meningite asséptica. Raramente ocorrem: encefalite, paralisias focais, espasticidade, nistagmo, convulsões, distúrbios visuais de origem central, neurite periférica, paralisia de nervos cranianos, radiculite, síndrome de Guillain-BarréGuillain-Barré e mielite.
Pesquisas indicam que existe risco de morte em 40% dos casos, caso não seja tratada adequadamente. Isso porque pode causar danos aos rins, inflamação na membrana que envolve o cérebro, insuficiência hepática e insuficiência respiratória.
PREVENÇÃO
A prevenção da Leptospirose ocorre por meio de medidas como:
Obras de saneamento básico (drenagem de águas paradas suspeitas de contaminação, rede de coleta e abastecimento de água, construção e manutenção de galerias de esgoto e águas pluviais, coleta e tratamento de lixo e esgotos, desassoreamento, limpeza e canalização de córregos), melhorias nas habitações humanas e o controle de roedores.
Evitar o contato com água ou lama de enchentes e impedir que crianças nadem ou brinquem nessas águas. Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulhos e desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas de borracha (ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés).
A água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) mata as leptospiras e deve ser utilizada para desinfetar reservatórios de água (um litro de água sanitária para cada 1.000 litros de água do reservatório).
Vacinar os animais e manter rigorosamente limpas as vasilhas em que são servidos alimentos e água.
Observar as medidas básicas de higiene. Embalar bem o lixo, ferva a água ou coloque algumas gotas de hipoclorito de sódio ou de água sanitária antes de beber ou cozinhar;
Lavar bem os alimentos, especialmente frutas e verduras que serão consumidas cruas.
HORA DE FIXAR A MATÉRIA
UFSC 2014 - A Peste Negra, também conhecida como Peste Bubônica, é uma das muitas doenças causadas pela ação de bactérias, especificamente a bactéria Yersinia pestis. Analise as proposições abaixo e indique a soma da(s) CORRETA(S).
01. A Yersinia pestis também é o agente causador de doenças como a gonorreia e a sífilis. 02. A transmissão da Peste Negra aos humanos ocorre pela picada de pulgas infectadas com a bactéria Yersinia pestis. 04. O controle da Peste Negra na Idade Média só foi possível com o uso de antibióticos. 08. A Peste Negra, com certeza, foi uma pandemia que assolou a humanidade na Idade Média. 16. Nos tempos atuais, devido ao uso de antibióticos, não são mais registrados casos de Peste Negra. 32. O escorbuto, doença comum nos tempos das grandes navegações, era causado por uma bactéria encontrada na água contaminada dos barcos que navegavam por meses em viagens transatlânticas. Soma = ?.
Resposta: 10 (02 + 08). Resolução: Afirmativa 01: está errada, a bactéria da gonorreia é a Neisseria gonorrhoeae e a bactéria da sífilis é a Treponema pallidum. Afirmativa 02: está correta, a peste negra é causada pela bactéria Yersinia pestis, transmitida ao ser humano através das pulgas de roedores. Afirmativa 04: está errada, não existiam antibióticos naquela época. Afirmativa 08: está correta. Afirmativa 16: está errada, ainda são registrados pouquíssimos casos. Afirmativa 32: está errada, o escorbuto é causado pela deficiência de vitamina C no organismo.
UFSM 2014 - Alguns grupos de pesquisa brasileiros estão investigando bactérias resistentes a íons cloreto, como Thiobacillus prosperus, para tentar compreender seu mecanismo de resistência no nível genético e, se possível, futuramente transferir genes relacionados com a resistência a íons cloreto para bactérias não resistentes usadas em biolixiviação (um tipo de biorremediação de efluentes), como Acidithiobacillus ferrooxidans. Considerando as principais técnicas utilizadas atualmente em biologia molecular e engenharia genética, a transferência de genes específicos de uma espécie de bactéria para outra deve ser feita através a) de cruzamentos entre as duas espécies, produzindo um híbrido resistente a íons cloreto. b) da transferência para a bactéria não resistente de um plasmídeo recombinante, que contenha o gene de interesse previamente isolado da bactéria resistente, produzindo um Organismo Geneticamente Modificado (OGM). c) da transferência de todo o genoma da bactéria resistente para a nova bactéria, formando uma espécie nova de bactéria em que apenas o gene de interesse será ativado. d) da simples clonagem da bactéria resistente, sem a modificação da bactéria suscetível a íons cloreto. e) da combinação do genoma inteiro da bactéria suscetível com o genoma da bactéria resistente, formando um organismo quimérico, o que representa uma técnica muito simples em organismos sem parede celular, como as bactérias.
Resposta: b. Resolução: Para haver transferência de genes de uma bactéria para a outra é preciso que se transfira o plasmídeo (molécula circular de DNA) da bactéria resistente para a não resistente, com o gene de interesse isolado.
(UDESC 2010) - Assinale a alternativa incorreta referente às bactérias. a) A conjugação é a maneira pela qual as bactérias podem trocar material genético. b) O cromossomo bacteriano é circular e contém todos os gens essenciais à bactéria. c) Algumas bactérias transformam o nitrogênio atmosférico em compostos químicos assimiláveis pelos demais seres vivos. d) No grupo das arqueobactérias estão as bactérias halófilas, as metanogênicas e as termo-acidófilas. e) As bactérias Staphylococcus apresentam um arranjo linear em forma de colar.
Resposta: e. Resolução: Afirmativa a: está correta. Afirmativa b: está correta. Afirmativa c: está correta. Afirmativa d: está correta. Afirmativa e: está errada, as Staphylococcus têm um arranjo em forma de cacho de uva.
(PUC - RJ-2007) - Um grupo de pessoas deu entrada em um Hospital, após ingerirem um bolo de aniversário comprado em estabelecimento comercial. O diagnóstico foi intoxicação por uma bactéria do gênero Salmonella. Marque a alternativa que indica a descrição correta de uma bactéria. a) Um organismo macroscópico, unicelular, eucarionte. b) Um organismo microscópico, unicelular, procarionte. c) Um organismo microscópico, unicelular, eucarionte. d) Um organismo macroscópico, pluricelular, procarionte. e) Um organismo microscópico, unicelular, heterotérmico
Resposta: b. Resolução: A bactéria é um organismo microscópico (só pode ser enxergado com instrumentos óticos), unicelular (uma célula) e procarionte (sem carioteca).
(UNIFESP-2008) - As infecções hospitalares são frequentemente causadas por bactérias que passaram por um processo de seleção e se mostram, com isso, muito resistentes a antibióticos. A situação é agravada pelo fato de as bactérias apresentarem um crescimento populacional bastante rápido. a) Como a resistência a antibióticos se origina em bactérias de uma colônia que é sensível a eles? b) Explique de que maneira as características reprodutivas das bactérias contribuem para seu rápido crescimento populacional.
Resposta: descritiva. Resolução: a) A resistência se origina através de mutações. b) A facilidade das bactérias em se reproduzir é graças a uma reprodução assexuada chamada divisão binária, um processo muito rápido e simples.
Fuvest - As estruturas presentes em uma célula vegetal, porém ausentes em uma bactéria, são: a) cloroplastos, lisossomos, núcleo e membrana plasmática. b) vacúolos, cromossomos, lisossomos e ribossomos. c) complexo golgiense, membrana plasmática, mitocôndrias e núcleo. d) cloroplastos, mitocôndrias, núcleo e retículo endoplasmático. e) cloroplastos, complexo golgiense, mitocôndrias e ribossomos
Resposta: d. Resolução: Afirmativa a: está errada. Os cloroplastos, lisossomos e núcleo estão ausentes sim nas bactérias, entretanto a membrana plasmática está presente. Logo, não pode ser essa afirmativa. Afirmativa b: está errada. Os vacúolos, cromossomos e lisossomos estão ausentes sim nas bactérias, entretanto os ribossomos estão presentes. Afirmativa c: está errada. As bactérias não possuem complexo golgiense, possuem membrana plasmática e não possuem mitocôndrias nem núcleo. Afirmativa d: está correta, cloroplastos, mitocôndrias, núcleo e retículo endoplasmático estão ausentes nas bactérias. Afirmativa e: está errada. As bactérias não possuem cloroplastos nem complexo golgiense e mitocôndrias, porém possuem ribossomos.
UNIFESP 2015 - Alguns antibióticos são particularmente usados em doenças causadas por bactérias. A tetraciclina é um deles; sua ação impede que o RNA transportador (RNAt) se ligue aos ribossomos da bactéria, evitando a progressão da doença. a) Que processo celular é interrompido pela ação da tetraciclina? Qual é o papel do RNAt nesse processo? b) Em que local, na bactéria, ocorre a síntese do RNAt? Cite dois outros componentes bacterianos encontrados nesse mesmo local.
Resposta: descritiva. Resolução: a) O processo interrompido é a tradução, uma vez que a tetraciclina faz com que não aconteça ligação do RNAt aos ribossomos da bactéria. A função do RNAt é transportar os aminoácidos. b) No citosol, onde há ribossomos e plasmídeos.
(Fatec-SP) - Assinale a alternativa correta. a) As bactérias reproduzem-se, geralmente, por divisão binária, uma forma assexuada de reprodução pela qual uma única bactéria pode originar um "clone", ou seja, uma população de bactérias idênticas. b) As bactérias e as algas cianofíceas distinguem-se de todos os outros seres vivos porque não possuem carioteca envolvendo o material nuclear, isto é, são eucariontes. c) As bactérias só vivem isoladas, embora próximas; nunca formam colônias. d) Em algumas espécies de bactérias, observa-se o fenômeno da conjugação, isto é, um tipo de reprodução assexuada. e) As algas cianofíceas assemelham-se às bactérias, porém são heterótrofas, isto é, produzem a matéria orgânica por fotossíntese.
Resposta: a. Resolução: Afirmativa a: está correta, geralmente a reprodução das bactérias é feita por divisão binária. Afirmativa b: está errada, são procariontes. Afirmativa c: está errada, podem formar colônias. Afirmativa d: está errada, essa forma de reprodução é sexuada. Afirmativa e: está errada, as algas cianofíceas são autótrofas.
(UFES/2008) - Das doenças abaixo, a que NÃO é causada por vírus é a) Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. b) Dengue. c) Tétano. d) Influenza.
Resposta: c. Resolução: O tétano é causado por uma bactéria.
(Mack-2005) - As cianobactérias têm sido motivo de preocupação, pois têm provocado problemas sérios para o ser humano. No tratamento da água servida à população, os gastos são enormes, em grande parte devido à contaminação por cianobactérias. A respeito desses organismos, é correto afirmar que são a) procariontes e quimiossintetizantes. b) procariontes e fotossintetizantes. c) eucariontes e fotossintetizantes. d) eucariontes e quimiossintetizantes. e) eucariontes e heterótrofos.
Resposta: b. Resolução: As cianobactérias são um grupo de bactérias (procariontes) que obtêm energia através da fotossíntese. Lembre-se: eles não possuem cloroplastos!
(FCMS-SP) - Bacilos são: a) vírus em forma de bastonete. b) bactérias esféricas, agregadas em fio. c) bactérias em forma de bastonete. d) hifas de fungos do grupo dos basidiomicetos. e) fungos unicelulares e de forma alongada.
Resposta: c. Resolução: Os bacilos são bactérias em formato de bastonete.
(Fuvest-SP) - A bactéria não possui: a) membrana plasmática. b) ribossomos. c) parede celular. d) DNA. e) carioteca.
Resposta: e. Resolução: As bactérias são desprovidas de carioteca.
(FCMS-SP) - O principal tipo de reprodução das bactérias é: a) a harmogogia. b) o brotamento. c) a cissiparidade. d) a segmentação. e) a isogamia.
Resposta: c. Resolução: A principal forma de reprodução das bactérias é a cissiparidade (ou divisão binária, processo de reprodução assexuada simples e rápido que consiste na divisão de uma célula em duas.
UFPR 2016 - A figura ao lado apresenta uma classificação dos seres vivos baseada em sua fonte primária de energia. Bactérias são encontradas nos grupos: a) 1, 2 e 3 apenas. b) 1, 2 e 4 apenas. c) 1, 3 e 4 apenas. d) 2, 3 e 4 apenas. e) 1, 2, 3 e 4.
Resposta: e. Resolução: Existem bactérias aeróbicas e anaeróbicas. As bactérias também podem ser litotróficas (que se alimentam de rochas) e fototróficas (que utilizam a luz como fonte de energia). Logo, são encontradas nos 4 grupos citados.
Fontes:
AMABIS, J.M.; MARTHO, G.R. Biologia 2 - Biologia dos Organismos: 4ª ed. São Paulo: Editora Moderna, 2018
BOSCHILIA, C. Manual Compacto de Biologia: 1ª ed. São Paulo: Editora Rideel, 2010
Tortora, Gerard J.; Berdell R. Funke, Christine L. Case Microbiologia [recurso eletrônico]; tradução: Aristóbolo; Mendes da Silva ... [et al.] ; revisão técnica: Flávio Guimarães da Fonseca. – 10. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2012.
site: www.susanaelias.com.br
https://www.vix.com/pt/saude/536206/bacteria-resistente-a-um-dos-antibioticos-mais-fortes-e-achada-no-brasil-o-que-pode-ocorrer ( 📷Imagem retirada - primeira Imagem)
https://br.images.search.yahoo.com/search/images?+da+bacteria+imagem (📷Imagem retirada - segunda e terceira Imagem)
Material da Apresentação dos Alunos referente a parte das doenças: Grupo Luísa Triaca
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